segunda-feira, 14 de setembro de 2009

- Você só posta quando está triste...
- Mentira!
- Ou quando está muito feliz...
- Não... não é assim também.
- Você não posta faz tempo, só resolveu postar hoje... porque eu a deixei triste.
- Não é por causa disso.
- É sim.
- Não, não é. Você não me deixou triste, eu me deixei triste. Mas tristeza vai-e-vem.
- Alegria também.
- Eu sei. Essa é a vida.
- Pois é, mas eu encuquei que quando você escreve no blog algo está errado, ou algo está muito bom. Portanto, quando não escreve, ou tá tudo muito ruim ou tá tudo muito bom.
- Pois bem, não estava escrevendo pois simplesmente não estava afim. Não estava com vontade de escrever nada aqui... Assuntos até tinha, mas meus erros no português, minha falta de tempo e de inspiração me desestimularam a escrever algo aqui. Aí eu desmotivei. Não é o fato de estar feliz ou triste que me faz escrever aqui, mas sim o fato de simplesmente querer. Quando dá na telha. E hoje deu, e aqui estou eu. Não é tristeza, nem alegria, é vontade. O texto passado eu já tinha pensando enquanto estava no ponto esperando o ônibus, aí resolvi vir aqui e digitar. Eu tinha tempo mesmo, saí mais cedo do trabalho.
- Ah tá. Acho que compreendo.


Espero que compreenda mesmo,
eu amo você.
Depois de soluços e da tentativa de se recompor ela passa pela recepção sorrindo alegremente para todos, mas ainda ferida pelas lágrimas e o rosto vermelho que a deduravam.
Entrou na sala, todos já estavam lá e só faltava ela. Todos a olharam imediatamente e ela não conseguiu tapar o rosto melado em lágrimas.
A meeting tinha recém acabado e ele não a deixou sair da sala.
- Jess, I wanna talk to you.
Ela prontamente assentiu.
- Você está chorando? - disse ele com aquele olhar curioso, mas sábio.
- Não! Não estou! -
ela respondeu depressa.
- Não, mas pera aí... Você estava chorando?
- Não! Não estava! -
ela respondeu mais uma vez depressa, mas dessa vez olhando para o ar condicionado e tentando segurar as lágrimas antes que elas caíssem.
- Você quer conversar?
- Não, não! Estou bem!
A menina deu-lhe um sorriso.
- Vou pegar água... -
disse ela, mas não pôde terminar. O homem a interrompeu.
- Não vai não, fique aí. Não ouse sair dessa sala.
- Não! Eu vou... -
abriu a porta e foi. Olhando para o rosto do homem que reluzia pura indignação.
Pegou sua caneca com água e quando finalmente estava prestes a encarar o imenso corredor novamente...
- Sua aluna chegou! -
disse a recepcionista.
E pela porta da frente entrou uma menina de uns 18 anos. Correndo esbaforida, pois estava atrasada.
- Hello, girl... How are you? -
Proferiu-lhe(se assim posso dizer)
- Fine.
Do final do grande corredor surge um grito:
- Jeeeess!
- Eu! -
disse ela e foi andando até o fim do corredor.
- Do you want me to teach your class?
- No, no... that's ok. -
she said.
- I'm not gonna ask twice. Do you want me to teach your class? -
e disparou aquele olhar.
- No, no, that's ok. Thanks.
E ali mesmo parou de soluçar. E ali, dentro daquela sala, com aquela jovem menina, riu sobre a possibilidade de uma mulher trabalhar como segurança dentro de uma sala de cinema e riu do fato de que a tal menina ria de tudo. Parou de expelir lágrimas. Ali estava. Controlada.
A aula acabou e a professorinha voltou mais cedo para casa.
Resolveu sentar e tirar as teias de aranha de um velho blog e aí surgiu esta estória.